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Ricardo J. Gonçalves, estágio em pesquisa no Lateinamerika-Institut

Ricardo

Ricardo
Crédito: privat

Em que universidade você estuda e o que você estuda?

Em 2018 iniciei o Doutorado em Filosofia e Teoria Geral do Direito na Universidade de São Paulo. Antes disso, fiz mestrado na mesma instituição (entre 2015 e 2017) com período de estágio em pesquisa no Lateinamerika-Institut na Freie Universität Berlin (entre 2016 e 2017).

Estudo a tradição de pensamento da Teoria Crítica (Escola de Frankfurt), principalmente as obras “Luta por Reconhecimento” de Axel Honneth e “Facticidade e Validade” de Jürgen Habermas.

Como surgiu a ideia de estudar na Alemanha e porque você escolheu a Freie Universität Berlin?

Sempre tive vontade de estudar na Alemanha. A tradição filosófica alemã sempre me inspirou muito, além de que a filosofia do direito, meu campo de estudo, recebeu muitas contribuições das ideias de filosófos alemães clássicos e contemporâneos. Autores como Nietzsche, Hegel, Kant, Marx, Weber, sempre permearam meus estudos sobre o direito.

Assim, logo que ingressei no mestrado já pensava em passar um período fora do país, de preferência na Alemanha. Em contato com meu orientador do mestrado, ele indicou o Professor Sérgio Costa da Freie Universität Berlin que também trabalha com questões relacionadas à Teoria Crítica e com desigualdades sociais no Brasil e América Latina, sendo que ambos os temas dialogavam com minha pesquisa.

Tendo um orientador em vista, pleiteei uma bolsa à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e foi concedida para o estágio em pesquisa na Freie Universität, no âmbito do Lateinamerika-Institut, sob orientação do Professor Sérgio Costa.

O quê ou quem te ajudou nos preparativos para sua estadia na Freie Universität Berlin? Quais dicas te ajudaram?

A primeira ajuda que eu tive foi de conhecidos meus e de meu orientador que já moraram ou estavam morando em Berlim. Muitos estavam na Freie Universität ou na Humboldt e me auxiliaram dando as primeiras dicas sobre como arranjar residência, burocracias de visto, distâncias e bairros da cidade e outras informações iniciais básicas. Fiz contato com essas pessoas ainda antes de chegar em Berlim, sendo que quando cheguei também me ajudaram a me estabelecer.

Além disso, peguei muitas informações através de grupos no Facebook, de brasileiros e de estrangeiros em Berlim, e também de grupos de aluguel de quartos e de repúblicas estudantis. Também procurei vídeos no Youtube de brasileiros e brasileiras que moram em Berlim, dois canais foram de grande ajuda: www.youtube.com/user/Alemanizando e www.youtube.com/user/alexandresarian.

Acho importante ter contato com algumas pessoas que já estão no local e informar-se o máximo possível sobre as suas necessidades, sobre as burocracias e sobre a cidade antes de se mudar.

Com quais dificuldades ou problemas você foi confrontado e como fez para resolvê-los?

A primeira dificuldade foi arranjar moradia. Os preços estavam mais altos do que eu imaginava e a procura por aluguel e pelas WGs são muito grandes. Morei em 3 quartos provisoriamente, até conseguir um local permanente. Utilizei sites próprios para procurar aluguel de quartos mas, para mim, os grupos do facebook funcionaram melhor.

Indico que as pessoas procurem locais para morar com muita antecedência, e também tomem cuidados com possíveis “golpes” de pessoas mal-intencionadas.

Há algum aspecto particular da Freie Universität Berlin que você gostou muito?

Gostei muito da infraestrutura da universidade. Todas as bibliotecas são ambientes muito bons e propícios para o estudo, além de ficarem abertas o dia inteiro e também aos finais de semana.

A interdisciplinaridade do Lateinamerika-Institut também foi muito valiosa para a minha experiência acadêmica. Tive contato com pessoas de vários países e que trabalhavam temas muito interessantes e que aumentaram muito meu repertório teórico. A diversidade de temas trabalhados no Instituto é impressionante, sendo que todos eles dialogam de alguma forma com as pesquisas do Prof. Sérgio Costa.

Além disso, pude acompanhar como ouvinte algumas aulas de Direito, Sociologia e Filosofia que foram ótimas para obter novas experiências sobre docência e sobre a forma de educação superior na Alemanha, e também eventos acadêmicos na universidade sobre diversos temas que não tive contato no Brasil.

Particularmente quais aspectos da vida na Alemanha você aprecia mais?

Sobre o tempo que passei em Berlim, gostei muito o modo como as pessoas fazem uso do espaço público, com muitas manifestações artísticas em todos os lugares. O transporte público da cidade é excelente e facilita muito o acesso a tudo que a cidade oferece, de dia, à noite, ou de madrugada. A diversidade de pessoas e o respeito às diferenças também me chamaram muita atenção em Berlim.

Que dica você transmitiria aos brasileiros que se interessam em estudar na Alemanha?

Que busquem uma universidade e/ou Institutos de pesquisa que possuam conexão com seus estudos e objetivos. A Alemanha oferece muitas possibilidades que nem sempre os brasileiros/as ficam sabendo. Indicaria a busca minuciosa de informações para escolher o melhor lugar para obter a melhor experiência possível.

Qual é a sua palavra preferida em alemão?

Zeitgeist!